Escritores brasileiros lançam campanha de valorização do autor independente nacional
Um
movimento que vem chamando a atenção nos perfis das redes sociais de alguns
escritores nos últimos dias é sobre a valorização dos autores independentes
nacionais. O movimento embrionário ainda conta com poucos adeptos de alguns
estados do Brasil. Nasceu a partir de discussões em um grupo no Facebook, que
se estendeu para o WhatsApp e agora ganha outras redes sociais. Foram criados
artes para ilustrar, tanto para os leitores quanto para outros autores, a
importância da valorização do autor independente nacional.
Foto: arquivo pessoal da autora
Segundo
a escritora Paula Regina Cardoso Bruno, 45 anos, residente no Rio de
Janeiro/RJ, e que já publicou 34 livros na Amazon:” O mercado literário
nacional hoje tem dado mais espaço aos independentes graças à plataformas que
abrem espaço para venda de e-books. As grandes editoras buscam mais os autores
mais conhecidos, que estão no topo do ranking, especialmente da Amazon. Eu público na Amazon e foi a forma que
encontrei para publicar as minhas obras. Se eu fosse publicar em editora
tradicional seria inviável economicamente.”, informa ela.
Um
dos grandes empecilhos para autores anônimos e iniciantes no mercado literário
é a imensa burocracia e invisibilidade atribuída pelas próprias grandes e
médias editoras, que preferem publicar best sellers de autores estrangeiros
apostando no sucesso certo. Ainda de acordo com Paula: “Ainda existe um
preconceito sobre o autor nacional independente. Já vi pessoas comentando que
não gostam de livro nacional por usar nomes que remetem conhecidos, mas
acredito que o brasileiro em si tem a cultura do desmerecimento pelo que é
nacional de um modo geral. Vale para filmes, vinhos e também livros. Infelizmente
valoriza-se tudo se vier atrelado ao importado. Não posso afirmar que é
unânime, mas infelizmente ainda veja esse preconceito no mundo literário. Sendo
assim, como autora, preciso batalhar muito pelo espaço, assim como muitos
autores e autoras nacionais independentes muito talentosos”, pontua a autora.
Nesse
sentido, muitos escritores nacionais partem para auto publicação independente,
seja através de plataformas digitais como WhatPad, Recanto das Letras, e-books
na Amazon ou tiragem por demanda no Clube de autores. Há os que sonham em ver
seus livros publicados de forma impressa, então recorrem a pequenas e médias editoras
ou impressão em gráficas, o que é mais comum e vantajoso. Nosso blog
entrevistou o autor Devadatta Bernal, 29 anos, de Porto Alegre, Rio Grande do
Sul: “Atualmente tenho um livro publicado, é o volume 1 da minha quintologia, chamada
O Lobo do Inverno, na Editora Flyve. Eu diria que só comecei a ter uma
pretensão maior no meu processo de edição e publicação do Volume 1 da
quintologia após ter estruturado toda a trama. Ainda sou um escritor
experimental e a fantasia infantojuvenil está em destaque.”, relata o autor.
Foto: arquivo pessoal do autor
O
Brasil ainda é um país que as pessoas leem pouco, cerca de 2 livros por ano. A
literatura estrangeira ainda domina boa parte do mercado nacional, mas já é
bastante evidente o crescimento de obras de autores nacionais, principalmente
os independentes, que fazem todo o trabalho de edição, diagramação, capa,
impressão, distribuição e venda em feiras literárias, bienais e afins.
Foto: arquivo do autor
Foto: arquivo da autora
Foto: arquivo do autor
Por Patrick Sousa
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