Entrevista com a autora Eliza Edgar
A entrevistada dessa semana para nosso blog é a
autora Eliza Edgar, 35 anos. Ela é musicista atuante na área do canto lírico,
mas trabalha como secretária executivo. Do signo de gêmeos, nasceu em São Paulo
– SP, mas mora há vinte anos em Sorocaba – SP. Ela nos disse que seu relacionamento com
comida mudou muito depois que descobriu ser celíaca; e hoje, suas preferências
dependem muito do que estiver apetecendo o humor.
Indagada sobre a situação política do país,
ela nos respondeu: ‘Sobre nosso quadro político, é difícil
sintetizar o que penso, pois assim como muitas pessoas, acabei tendo aspectos
da minha vida pessoal afetados devido ao pandemônio maniqueísta que tudo isso
se tornou. Por ora, o poder atual é a problemática voz de uma parcela da
população.”
Eliza
nos relatou sobre suas publicações e quais foram as experiências em ver seus
livros ganhando o imaginário dos leitores: ”Publiquei
meus trabalhos prontos ao mesmo tempo: a noveleta “A Prima” e os três livros da
Saga “Resto de Vida”. Por inexperiência, não preparei lançamento ou coisa
parecida. Até o momento, só os tenho disponíveis em formato e-book pela Amazon.”
Nos
revelou sobre seus futuros projetos: “Estou
com alguns projetos em andamento; para este ano, um livro de contos e poesias procurando
explorar as múltiplas facetas dos medos humanos; para o ano que vem, um romance
ambientado no interior paulista entre os anos 30 a 90, em que interesses
atemporais são trazidos e valores tradicionais são questionados e postos à
prova com o objetivo de perturbar a visão de mundo do leitor. Ambos os projetos não fogem do meu
propósito na literatura, que é testar narrativas e conceber experimentos
literários. Anseio terminar a coletânea de contos e poesias neste ano e o novo
romance, ano que vem.”
Perguntada
sobre a possibilidade de sua obra ser adaptada para o cinema, ela nos respondeu
que só se não fosse muito mexido no texto: “Sou
uma pessoa com sérias dificuldades em trabalhar em grupo; sou sistemática
quanto aos meus projetos, eles precisam ser como eu quero. Pensando nisso, não
sei como me sentiria vendo um trabalho meu sendo moldado por outras mãos.”
Foto: arquivo pessoal da autora
Sobre
publicar livro no Brasil e sua relação com público leitor, a autora nos
respondeu: “Não sei se é uma questão
restrita ao Brasil, mas não são todos os que levam um autor sem um selo
editorial tradicional a sério; selo este que não se conquista apenas escrevendo
um livro bom, mas um livro que tenha mercado. O autor “ser alguém” ainda que
dentro de sua área de atuação – não necessariamente estar nas mídias e redes
sociais –, ajuda. Apesar de estar com as obras publicadas há um ano, agora que
tive a experiência de “ser lida”; a receptividade está sendo melhor do que eu
esperava.”
Segundo ela, o marcado editorial ainda é preconceituoso com autores iniciantes: “É preconceituoso com novos autores num geral, independentemente do gênero que estes escrevem, mas vejo maior resistência no público leitor mais adulto, que romantiza o hábito da leitura e faz disso algo a se orgulhar.”
A escritora ainda não foi agraciada com alguma premiação por suas obras.
Eliza
comentou, resumidamente, sobre seus livros: “Em minhas obras, num geral, procuro explorar a trajetória de
indivíduos em narrativas de teor ambíguo para incitar no leitor uma diversidade
de sentimentos. Em “A Prima”, a temática central é o modo como lidamos com
nossos traumas e temores. A Saga “Resto de Vida”, apesar de se tratar de uma
história única, têm livros de temáticas diferentes.
Em
“Resto de Vida Volume 1”, a narrativa propõe apresentar o mundo real, pessoas
reais e as múltiplas facetas de ambos; como a vida pode ser boa e ruim ao mesmo
tempo.
Ainda
seguindo a mesma linha, “Resto de Vida Volume 2, Vates de Nós”, trata da vida
familiar e das consequências de uma maternidade e uma paternidade tóxica. “Resto de Vida Volume 3, O Abissal”, o assunto
central é as lacunas obscuras das narrativas pessoais e no que elas resultam.”
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Por Patrick
Sousa
Adorei a entrevista. É muito bom poder saber um pouco mais a respeito dessa criatura fantástica que é a Eliza Edgar. Essa menina vai longe, com certeza.
ResponderExcluirObrigada pelas palavras 😊
ExcluirTô me sentindo chique, 😂😂😂.
ResponderExcluirObrigada, Patrick e obrigada, Diário de Notícias pelo espaço cedido e pelo apoio à literatura nacional.