Por que Regina Duarte pediu um tempo para pensar na proposta de Bolsonaro?

Após a polêmica, na última semana, envolvendo o então Secretário de Cultura, Roberto Alvim, em que o mesmo foi acusado de apologia ao nazismo após copiar, literalmente, trechos do discurso do Ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, e inserindo num vídeo institucional, sendo reforçado pela estética hitlerista acompanhada por trilha sonora que comandou o regime nazista.

                       Foto: reprodução internet

Após tal desagravo no governo, que gerou uma crise interna e repercutiu nacionalmente, Bolsonaro resolveu demitir Alvim. Para a vaga na secretaria, o presidente convidou a atriz Regina Duarte, na qual é alinhada ideologicamente com ele, fez intensa campanha eleitoral em 2018 e não esconde a vontade em assumir o cargo, que já foi cotado até para voltar a ser Ministério da Cultura como era antigamente.

Mas porquê a hesitação de Regina em aceitar o cargo de futura ministra, caso o presidente realmente transforme a pasta em Ministério? Regina ainda é contratada da TV Globo, já foi considerada um dos nomes mais caros e proeminentes da emissora dos Marinhos, protagonista de grandes sucessos como Por Amor (1998) e Páginas da Vida (2006), ambas de Manoel Carlos, em que teve a rara oportunidade de ser a única atriz a ser por mais de uma vez suas Helenas. Regina não aparece na TV desde 2017, onde fez uma pequena partição na novela Tempo de Amar, de Alcides Nogueira, numa personagem pouco relevante. A atriz é conhecida também por sempre usar ponto eletrônico quando grava novelas, negando-se a decorar texto.

A verdade é que a própria Globo vem diminuindo cada vez mais o espaço da atriz em suas produções, devido, provavelmente, seu posicionamento político, indo contra a própria empresa que a empregou por décadas e construiu seu patrimônio milionário. Talvez aceitar ser ministra ou secretária de Bolsonaro seja a carta que a Globo precisa para demití-la oficialmente. No entanto, parece que ela sabe o peso dessa decisão, tendo em vista que governos perecem e a Globo continuará firme e forte por mais tantas décadas.

Por Patrick Álisson de Sousa