As novelas de Walcyr Carrasco sempre serão sucesso?

Nessa sexta-feira (22/11), encerrou  mais uma novela do requisitado Walcyr Carrasco: A Dona do Pedaço. Com ótimos índices desde o primeiro capítulo e uma média geral de 44,8 no último, A Dona do Pedaço foge totalmente ao padrão Globo de qualidade no horário nobre. Na verdade, desde sua estreia no horário das 21h em 2013, com Amor à Vida, Walcyr foge desse padrão de texto imposto ao horário, e veio a piorar com O outro lado do paraíso.

Foto: Gshow

Novelista de sucesso, Walcyr nunca fracassou em nenhuma novela. Ele tem a capacidade de jogar a sinopse fora quando a audiência não corresponde, e fazer outra novela do zero. Fez isso com Morde e Assopra e O outro lado do paraíso.
Vale lembrar que Walcyr começou a carreira como jornalista de fofoca na Revista Contigo e já passou por várias emissoras: Manchete, quando escreveu sob pseudônimo de Adalmo Angel a novela Xica da Silva, e na mesma época era contratado do SBT, em que escreveu Fascinação em 1998. Estreou na Globo em 2000, com o Cravo e Rosa no horário das 18h. Escreveu também: A padroeira, Chocolate com Pimenta, Alma Gêmea, Sete Pecados, Caras e Bocas, Morde e Assopra, Gabriela, Amor à Vida, Verdades Secretas e Êta mundo bom. Já tem confirmado por o Silvio de Abreu, diretor de teledramaturgia da Globo, para o ano que vem, a continuação de Verdades Secretas. (2). 

O autor tem uma capacidade ímpar de se autoplagiar e plagiar colegas novelistas ou autores de livros clássicos, tem um texto nada sutil ou literário, sempre reforçado pela repetição e bordões cansativos, usa um humor ultrapassado de esquetes do Zorra Total e na abordagem dos merchandisings sociais, apenas os cita para cumprir tabela ou causar polêmica, como foi o caso da trans Britney com o português parvo, Abel, que eram o alívio cômico da novela. Walcyr também tem a capacidade incrível de aproveitar atores veteranos e dar espaço aos novatos, mas pune bem que foge do texto, dando castigos como não fazer outros trabalhos do autor ou deixá-los mudos por uma semana, ou simplesmente matar seus personagens. 

Será se Walcyr, com essa fórmula do popularesco nas novelas ainda vai atrair grandes massas para suas obras televisas? Ou A Dona do Pedaço, com grande repercussão negativa nas redes sociais, é a prova que o público não engole mais texto ruim, história inverossímel e produção técnica duvidosa? Fiquemos atentos aos próximos trabalhos do autor na televisão, pois na literatura, ele é tão bom quanto os bons escritores contemporâneos.

Por Patrick Álisson de Sousa

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